Fotos: Arquivo Pessoal
A dona de casa Maria de
Lurdes Escobar Flores, 94 anos, nasceu em Santa Flora, distrito de Santa Maria. Ela tinha 13 irmãos e era filha do casal Maria José Oliveira e Manuel Pedro Escobar. Maria de Lurdes foi criada na zona rural e adorava a vida no campo.
Apesar do pouco estudo
na infância, ela aprendeu, desde cedo, a falar a língua italiana devido à convivência com descendentes de italianos. Muito nova, começou a trabalhar na lavoura e, em 1952, casou com Moises Flores, que foi seu companheiro por 18 anos e com quem teve nove filhos.
Em 1969, resolveu vender tudo o que
tinha em Santa Flora para dar oportunidade aos filhos de terem um futuro melhor, com estudo, e, por isso, veio para Santa Maria. Quando chegou no Coração do Rio Grande, trabalhou como diarista até os 75 anos.
O filho, professor e, atualmente, empresário, Marco Heleno, 50 anos, conta
que a mãe era uma profissional e dona de casa muito prestativa no cotidiano.
- Ela sempre foi uma cidadã que gostava de ajudar, não ficava parada. Tinha a
criação de bichos e gostava dessa rotina. A mãe foi criada no interior e amava a
natureza - diz Marco.
Um dos passatempos que Maria de
Lurdes tinha era ficar cantando as músicas italianas que aprendeu quando pequena. Até os últimos dias de vida, ela gostava de cantarolar as composições que remetiam ao passado.
- Ela teve uma criação com quase
nenhum acesso à educação formal, mas foi ouvindo as conversas ao redor que se tornou fluente na língua italiana. Quando pequeno, eu trocava algumas palavras com ela em italiano. Era divertido e era uma de nossas brincadeiras favoritas. Ela era bastante apegada a esse idioma europeu - comenta Marco.
A filha e confeiteira Maria
Elenir Flores, 67 anos, saiu de casa com 27, após o casamento, mas fala do orgulho que tem da mãe até hoje. Elenir a descreve como guerreira, que deixou de lado relacionamentos para se dedicar exclusivamente aos filhos, os grandes amores dela.
- Ela deixou um legado de
exemplo, que eu passo para os meus filhos e meus netos. Todos adoravam ela, uma mulher forte e trabalhadora. Deixou de ter outro relacionamento após a morte do meu pai para nos dar educação e uma vida digna - lembra Elenir.
A dona de casa morou com o filho Marco Heleno até o último dia de vida . Isso foi
um acordo feito entre os irmãos. Marco Heleno afirmou que moraria com a mãe, pois é único dos filhos que não se casou.
Ele fala que retribuiu da melhor forma que pôde os cuidados que recebeu da mãe, zelando por ela em uma casa onde Maria de Lurdes criava diversos animais,
como gatos, cachorros, porcos e galinhas. A dona de casa adorava cuidar deles.
Maria de Lurdes foi internada no Pronto-Atendimento (PA) do Bairro Patronato e morreu quatro dias depois, em 16 de maio, devido a causas naturais. Ela foi sepultada no mesmo dia no cemitério de Santa Flora.
OUTROS FALECIMENTOS EM SANTA MARIA E REGIÃO
FUNERÁRIA SÃO MARTINHO
16/5
Eudite Rivas Mendes, aos 87 anos, sepultada no Cemitério Ecumênico Municipal
Wandelkoquer Lamberto da Silva, aos 83 anos, sepultado no Cemitério Ecumênico Municipal
18/5
Aparicio Fontoura Becker, aos 73 anos, sepultado no Cemitério Santa Rita
19/5
Antonio Garcia da Silva, aos 81 anos, sepultado no Cemitério Ecumênico Municipal
Antonio Matias Rodrigues, aos 67 anos, sepultado no Cemitério de Pinhal Grande
Tania Conceição da Gama Ribeiro, aos 64 anos, sepultada no Cemitério Ecumênico Municipal